Mudança de rumo nos juros: Estados Unidos têm primeira redução em 4 anos; Brasil, o primeiro aumento desde 2022

  • 19/09/2024
(Foto: Reprodução)
Entenda como a inflação está provocando movimentos opostos nos juros do Brasil e dos EUA. Brasil e EUA têm super quarta-feira (18/09) com definições sobre as taxas de juros Este 18 de setembro foi um dia que o mercado financeira chama de "super quarta-feira", porque as autoridades monetárias decidiram o rumo dos juros nos Estados Unidos e no Brasil. O Banco Central americano cortou a taxa pela primeira vez em quatro anos. É mais um sinal de que a pandemia ficou para trás. O Federal Reserve reduziu os juros em 0,5%. A taxa, agora, está entre 4,75% e 5% ao ano. O Fed não cortava a taxa de juros desde março de 2020. De lá para cá, a economia mundial deu um nó e os países enfrentaram desafios. O dos americanos foi, principalmente, a inflação. Em março de 2022, quando a taxa de juros vinha baixa para estimular o crédito nessa economia enfraquecida, a inflação chegou a 8,5%. O Fed reagiu aumentando a taxa básica de juros pela primeira vez em três anos. Com os empréstimos mais caros, o consumidor gasta menos e os preços tendem a parar de subir. A inflação chegou ao pico de 9,1% em junho de 2022 - o maior patamar em 40 anos. Taxa de juros/ inflação nos Estados Unidos Jornal Nacional/ Reprodução Ao longo de um ano e quatro meses, o Fed subiu os juros mais dez vezes. E a inflação começou a cair. Desde julho de 2023, o Fed mantinha a taxa de juros entre 5,25% e 5,5%. E a inflação, em agosto, foi de 2,5% - perto da meta do Fed, que é de 2%. O presidente do Banco Central americano, Jerome Powell, disse que ainda há muito o que fazer para atingir o equilíbrio saudável entre inflação e taxa de juros, mas que a situação atual é confortável o suficiente para aceitar riscos, e que contribuiu para a decisão o esfriamento do mercado de trabalho. O economista José Alexandre Scheinkman, da Universidade de Columbia, avaliou que redução dos juros deve baratear empréstimos: "É nisso que você vai sentir mais, vai ficar mais barato financiar imóvel aqui nos Estados Unidos”. Segundo economistas, um corte de juros leva seis meses para ter efeitos no bolso da população. Mas as campanhas de Donald Trump e de Kamala Harris devem explorar o anúncio desta quarta-feira (18) já ao longo dos próximos dias. É que para 41% dos eleitores, a economia é o principal problema dos Estados Unidos. A próxima reunião do Federal Reserve está marcada para 6 de novembro - um dia depois da eleição presidencial. Nesta quarta-feira (18), o Fed não se comprometeu com novos cortes de juros. Mas as projeções do mercado financeiro são de mais quedas nos próximos encontros. Aumento de juros no Brasil A seca fez desaparecer de vez no horizonte da economia qualquer possibilidade de queda ou manutenção dos juros no Brasil. A falta de chuva já impactou o custo da energia e dos alimentos, e o dólar pressiona os preços. O remédio da política monetária para tratar a inflação é subir os juros. O professor de finanças do Insper Ricardo Rocha explica que a inflação também é resultado da economia aquecida. "O PIB está muito bem, obrigado, é verdade. Mas parte desse crescimento é porque houve uma mudança no planejamento econômico do país. Então, aumentou-se a arrecadação de vários locais, mas se injetou muito dinheiro na sociedade. Muito dinheiro na economia, preços vão subir”, explica. Taxa básica de juros no Brasil Jornal Nacional/ Reprodução O Banco Central do Brasil não aumentava a Selic desde 2022. A taxa ficou estacionada por um ano. Em agosto de 2023, começou o ciclo de cortes que durou até junho, quando o Comitê de Política Monetária resolveu manter a Selic em 10,5%. Agora, decidiu por uma alta de 0,25%. A decisão foi unânime. O comunicado do BC diz que o ambiente externo permanece desafiador, enquanto aqui a economia e o mercado de trabalho estão mais aquecidos do que o esperado, o que joga as expectativas de inflação para acima da meta. O comitê diz ainda que monitora a política fiscal. Esta quarta-feira (18) foi o dia em que os bancos centrais dos Estados Unidos e do Brasil mudaram de direção. O caminho que o Fed tomou, de corte da taxa, é o mesmo que já percorrem o Banco Central europeu e outras autoridades monetárias do mundo, inclusive da América do Sul. O Brasil agora segue na contramão. “A contrapartida da alta da taxa de juros é uma restrição da atividade econômica, que é amarga para o setor produtivo e para a economia real, mas ela é necessária, porque a inflação, a perda do poder aquisitivo e o aumento do custo de vida são mais amargos ainda. Esse movimento onde o Brasil sobe juros e o resto do mundo, ou as principais economias, cortam juros, isso deixa o Brasil em uma posição que pode ser mais atraente para a vinda do capital internacional. Mas isso vai depender de outras coisas e não só dos juros. Vai depender da condução da política fiscal, de equilibrar as contas públicas, para os investimentos de sustentabilidade ambiental - isso é levado cada vez mais em consideração na decisão de investimento, da vinda do capital internacional”, diz Tatiana Pinheiro, economista-chefe Galapagos Capital. LEIA TAMBÉM Fed reduz juros dos EUA em 0,50 ponto percentual, primeiro corte em 4 anos Dólar opera em queda e chega a R$ 5,41, com corte de juros pelo Fed; Ibovespa oscila Superquarta: entenda por que o BC do Brasil vai subir os juros, enquanto os EUA vão baixar

FONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2024/09/18/mudanca-de-rumo-nos-juros-estados-unidos-tem-primeira-reducao-em-4-anos-brasil-o-primeiro-aumento-desde-2022.ghtml


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